terça-feira, 19 de março de 2013

Interação universidade - empresa na sociedade do conhecimento: reflexões e realidade

Resumo
  Com o objetivo de analisar a relação universidade-empresa, Mota nos apresenta  a importância  desses elementos no avanço tecnológico, relacionando-o diretamente com nossa sociedade e com os principais desafios a serem superados.
     “Neste final de século, o processo de mudança tecnológica atingiu uma velocidade e importância nunca antes vistas na história humana” e esse processo de ingresso na sociedade do conhecimento (deixando a sociedade industrial) é  um fator chave para o desenvolvimento econômico de qualquer região.
     A medida que existe um grau de interdependência cada vez maior entre os países, seja ela econômica politica e ou tecnológica  a competitividade de uma nação  depende e é medida através de sua capacidade de inovar nas industrias. Porem, observa-se  que a inovação depende muito mais da aprendizagem do conhecimento do que dos recursos disponíveis,  pois mesmo que as empresas sejam as responsáveis por materializar a acumulação tecnologia, seu desempenho depende diretamente da densidade e capacidade que a relação agente-organização tem   de  reproduzir e retroalimentar processos de aprendizagem e convertê-los em atividade inovadora. Assim entendemos como funcionam os países de economia industrial avançada:  eles apresentam uma forte interação das atividades dos sistemas de ciência e tecnologia.
   Apos listar, os principais problemas da America Latina, a saber: a) falta de comunicação interinstitucional e ausência de sistemas nacionais de inovação; b) ausência de políticas e falta de constância na aplicação das existentes; c) crise no sistema educacional; d) frágil mecanismo de formação de uma cultura industrial ;e) carência de instrumentos básicos para desenvolver competitividade tecnoeconômica; f) limitadaprojeção da cooperação internacional; Mota nos apresenta uma pequena analise da economia brasileira e sugestões do que deve ou pelo menos deveria ser levado em consideração no modelo seguido pelo governo.
       Para ela, basicamente, a estratégia de inovação no Brasil deve estar orientada para maior articulação
com o setor produtivo, bem como para as atividades imitativasadaptativas, deixando a geração de tecnologias inteiramente novas, principalmente as relativas aos novos produtos, para os países centrais, exceção ao desenvolvimento de produtos que não se constituem interesses daqueles, mas o são para os países periféricos. E o  sistema de C&T dos países como o Brasil deve ficar atento à necessidade de desenvolver capacitação tecnológicos ligados à microeletrônica, à biotecnologia e aos novos materiais nessas áreas, para absorver o processo de transferência de tecnologia.
      Mota também analisa os mecanismos de interação da sociedade-empresa e o papel do que ela chama de agentes de interação(profissionais responsáveis por "traduzir a linguagem do pesquisador e do empresario" para que estes possam trabalhar eficazmente. o agente de interação é conhecedor dos dois mundos e portanto capaz de ser uma intermediador nessa relação empresa - universidade)
     Concui-se entao que : “Embora com objetivos bastante diferenciados, universidades, institutos e empresas são parte de um sistema e devem interagir de forma a maximizar os benefícios para seus objetivos e, conseqüentemente, para a sociedade como um todo. Entretanto, temos que tomar consciência de que a interação entre duas instituições requer um esforço de cada parte, tanto para ser iniciada, como para ser mantida; assim sendo, ela só é estável se as vantagens percebidas superarem, significativamente, este esforço. Estas vantagens têm que estar ligadas aos seus objetivos básicos, ou seja, deve haver, numa universidade, uma percepção de que a interação contribui para a sua missão de formar recursos humanos; (...) e a empresa tem que ver nela uma contribuição direta ou indireta para sua lucratividade."(RIPPER FILHO. Ciência e tecnologia: para que? como?, p. 141.)










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