Percurso Metodológico
Numa primeira etapa, procuramos em conjunto pensar em um tema ligado
ao eixo Ciência, Tecnologia e Inovação, mas que pudesse nos proporcionar um
estudo que relacionasse e nos mostrasse a proximidade do eixo a sociedade.
Por estarmos inseridos na comunidade acadêmica, entendemos que seria
interessante refletir sobre nosso papel dentro do eixo escolhido, então
pensamos em estudar alguma forma de contribuição das universidades para
Ciência, Tecnologia e Inovação.
Ainda nessa primeira etapa, passamos a buscar material bibliográfico
que nos pudesse orientar a respeito do tema escolhido, inicialmente via
Internet. As respostas eram diversas, mas em geral, apontavam para a
Universidade como produtora de conhecimento científico e relacionavam o
processo de inovação ao Governo e às Empresas. A frequência desses três atores
sociais (Governo, Empresa e Universidade) nas respostas encontradas durante a
busca bibliográfica, nos fez atentar para esta relação e percebemos o quanto
ela era importante no processo de inovação.
Direcionamos nesse momento nossas leituras para a Teoria da Hélice
Tríplice que delineava essa relação entre Governo, Empresas e Universidade no
processo de Inovação, apontando o papel de cada um dos atores e suas formas de
se relacionar entre si. Outras temáticas subjacentes foram surgindo no decorrer
das leituras sobre Hélice Tríplice. Era preciso, por exemplo, traçar um perfil
da sociedade contemporânea para entender melhor o cenário onde acontecem as
relações entre os atores dessa teoria. Era preciso também entender o
enfraquecimento do Estado enquanto provedor exclusivo do desenvolvimento da
Ciência e Tecnologia, para compreender o deslocamento do foco para as Empresas.
Direcionamos então a definição do nosso tema para a Relação entre
Universidade e Empresa, pois a consideramos importante no processo atual da
inovação tecnológica. A empresa como ator mais próximo às demandas do mercado e
a universidade como produtora de conhecimento.
Com o tema um pouco mais fechado, pensamos o que exatamente estudar
nessa relação e inicialmente optamos pelo estudo dos financiamentos da pesquisa
acadêmica pela iniciativa privada. Algumas questões foram elaboradas nesse
momento:
ü Qual o papel da Universidade na sociedade contemporânea?
ü Que importância tem essa relação Universidade – Empresa para cada um
desses atores individualmente?
ü Que benefícios a sociedade tem nessa relação?
ü Haveria algum comprometimento da liberdade de produção acadêmica ao
se vincular a financiamentos da iniciativa privada?
Essas perguntas norteariam nosso estudo.
Partimos para uma segunda etapa que seria definir um estudo de caso
para ilustrar as teorias até aqui contempladas e inicialmente foi trabalhado o
Financiamento da Pesquisa Acadêmica na UFABC a partir de dados disponíveis na
Divisão de Convênios da Instituição. A tentativa se mostrou improdutiva por
vários motivos: os dados disponíveis não nos permitiam perceber com clareza os
possíveis resultados das pesquisas; alguns valores de financiamento eram
imprecisos; entre outras situações que nos impediriam de apresentar um
resultado satisfatório e conclusivo. Apenas seriamos capazes de perceber os
benefícios obtidos pela universidade (aumento da verba direcionada a pesquisa e
consequente aumento do número de pesquisas). Não seríamos precisos na definição
objetiva de benefícios alcançados pelas empresas financiadoras nem pela
sociedade local, a partir dos dados disponíveis.
Desistimos de continuar a análise a partir de um estudo de caso dos
financiamentos na pesquisa acadêmica da UFABC e partimos para definição de um
novo estudo, que pudesse manter a teoria pesquisada até o momento. Definiu-se
pelo estudo da Relação Universidade – Empresa a partir das Incubadoras de
Empresas e observou-se que esse novo estudo de caso nos aproximaria do estudo
que queríamos: uma Universidade mais envolvida com o desenvolvimento da Nação.
Passamos a uma terceira etapa, constituída de nova pesquisa sobre
Incubadoras de Empresas e também pela definição de um novo estudo de caso
passando por exemplo a CDT - Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da
Universidade de Brasília (UnB), e o CENTEV (Centro Tecnológico de
Desenvolvimento Regional de Viçosa), optando pelo segundo caso por nos parecer
a mais bem sucedido e mais completo em termos de informações técnicas.
Observamos as diversas informações disponíveis no sitio da
Universidade Federal de Viçosa e fizemos alguns contatos via telefone para
alguns esclarecimentos, até que consideramos satisfatórias as informações
coletadas.
Nesta ultima etapa, nos reunimos para juntar as informações
coletadas e montar um roteiro final para confecção de um pôster a ser
apresentado com os resultados do estudo. Houve certa dificuldade em escolher o
que dentre tanta informação iria compor a apresentação final, optando-se como
mais relevante, trazer como informações: a referência ao contexto social dessa
Relação Universidade-Empresa; a Teoria da Hélice Tríplice e sua evolução até os
dias atuais; o conceito de Incubadora de Empresa; o caso do CENTEV como ilustração;
e por fim, as conclusões elaboradas pós estudos.
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