quinta-feira, 4 de abril de 2013

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Percurso Metodológico


Percurso Metodológico



Numa primeira etapa, procuramos em conjunto pensar em um tema ligado ao eixo Ciência, Tecnologia e Inovação, mas que pudesse nos proporcionar um estudo que relacionasse e nos mostrasse  a proximidade do eixo a sociedade. Por estarmos inseridos na comunidade acadêmica, entendemos que seria interessante refletir sobre nosso papel dentro do eixo escolhido, então pensamos em estudar alguma forma de contribuição das universidades para Ciência, Tecnologia e Inovação.
Ainda nessa primeira etapa, passamos a buscar material bibliográfico que nos pudesse orientar a respeito do tema escolhido, inicialmente via Internet. As respostas eram diversas, mas em geral, apontavam para a Universidade como produtora de conhecimento científico e relacionavam o processo de inovação ao Governo e às Empresas. A frequência desses três atores sociais (Governo, Empresa e Universidade) nas respostas encontradas durante a busca bibliográfica, nos fez atentar para esta relação e percebemos o quanto ela era importante no processo de inovação.
Direcionamos nesse momento nossas leituras para a Teoria da Hélice Tríplice que delineava essa relação entre Governo, Empresas e Universidade no processo de Inovação, apontando o papel de cada um dos atores e suas formas de se relacionar entre si. Outras temáticas subjacentes foram surgindo no decorrer das leituras sobre Hélice Tríplice. Era preciso, por exemplo, traçar um perfil da sociedade contemporânea para entender melhor o cenário onde acontecem as relações entre os atores dessa teoria. Era preciso também entender o enfraquecimento do Estado enquanto provedor exclusivo do desenvolvimento da Ciência e Tecnologia, para compreender o deslocamento do foco para as Empresas.
Direcionamos então a definição do nosso tema para a Relação entre Universidade e Empresa, pois a consideramos importante no processo atual da inovação tecnológica. A empresa como ator mais próximo às demandas do mercado e a universidade como produtora de conhecimento.
Com o tema um pouco mais fechado, pensamos o que exatamente estudar nessa relação e inicialmente optamos pelo estudo dos financiamentos da pesquisa acadêmica pela iniciativa privada. Algumas questões foram elaboradas nesse momento:
ü  Qual o papel da Universidade na sociedade contemporânea?
ü  Que importância tem essa relação Universidade – Empresa para cada um desses atores individualmente?
ü  Que benefícios a sociedade tem nessa relação?
ü  Haveria algum comprometimento da liberdade de produção acadêmica ao se vincular a financiamentos da iniciativa privada?
Essas perguntas norteariam nosso estudo.
Partimos para uma segunda etapa que seria definir um estudo de caso para ilustrar as teorias até aqui contempladas e inicialmente foi trabalhado o Financiamento da Pesquisa Acadêmica na UFABC a partir de dados disponíveis na Divisão de Convênios da Instituição. A tentativa se mostrou improdutiva por vários motivos: os dados disponíveis não nos permitiam perceber com clareza os possíveis resultados das pesquisas; alguns valores de financiamento eram imprecisos; entre outras situações que nos impediriam de apresentar um resultado satisfatório e conclusivo. Apenas seriamos capazes de perceber os benefícios obtidos pela universidade (aumento da verba direcionada a pesquisa e consequente aumento do número de pesquisas). Não seríamos precisos na definição objetiva de benefícios alcançados pelas empresas financiadoras nem pela sociedade local, a partir dos dados disponíveis.
Desistimos de continuar a análise a partir de um estudo de caso dos financiamentos na pesquisa acadêmica da UFABC e partimos para definição de um novo estudo, que pudesse manter a teoria pesquisada até o momento. Definiu-se pelo estudo da Relação Universidade – Empresa a partir das Incubadoras de Empresas e observou-se que esse novo estudo de caso nos aproximaria do estudo que queríamos: uma Universidade mais envolvida com o desenvolvimento da Nação.
Passamos a uma terceira etapa, constituída de nova pesquisa sobre Incubadoras de Empresas e também pela definição de um novo estudo de caso passando por exemplo a CDT - Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (UnB), e o CENTEV (Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa), optando pelo segundo caso por nos parecer a mais bem sucedido e mais completo em termos de informações técnicas.
Observamos as diversas informações disponíveis no sitio da Universidade Federal de Viçosa e fizemos alguns contatos via telefone para alguns esclarecimentos, até que consideramos satisfatórias as informações coletadas.
Nesta ultima etapa, nos reunimos para juntar as informações coletadas e montar um roteiro final para confecção de um pôster a ser apresentado com os resultados do estudo. Houve certa dificuldade em escolher o que dentre tanta informação iria compor a apresentação final, optando-se como mais relevante, trazer como informações: a referência ao contexto social dessa Relação Universidade-Empresa; a Teoria da Hélice Tríplice e sua evolução até os dias atuais; o conceito de Incubadora de Empresa; o caso do CENTEV como ilustração; e por fim, as conclusões elaboradas pós estudos.

Inovação na Era do Conhecimento


   Inovação na  Era do Conhecimento


Cristina Lemos


  Vivemos na Era do Conehcimento, tudo se movimenta e muda de forma rápida e acentuada. Os mercados as tecnologias, as formas organizacionais  e acima de tudo isso a capacidade de gerar e absorver inovações é fundamental para  se tornar competitivo e conquistar o mercado de trabalho.
      É notável porem que apesar de o processo de globalização e disseminação de tecnologias permitirem a fácil transferência de  informações e conhecimento, os conhecimentos realmente fundamentais, os que estão profundamente enraizados em pessoas, organizações e locais específicos não são facilmente adquiridos(e transferidos) e somente quem possui esse tipo de conhecimento é capaz de se adaptar as mudas nos mercados e inovar.

Segundo Lemos, existem dois tipos de inovação : a radical e a incremental. Pode-se entender a inovação radical como o desenvolvimento e introdução de um novo produto, processo ou forma de organização da produção inteiramente nova. Esse tipo de inovação pode representar uma ruptura estrutural com o padrão tecnológico anterior, originando novas indústrias, setores e mercados. Também significam redução de custos e aumento de qualidade em produtos já existentes.  Já as de caráter incremental, refere-se à introdução de qualquer tipo de melhoria em um produto, processo ou organização da produção dentro de uma empresa, sem alteração na estrutura industrial (Freeman, 1988).
     Seguindo a abordagem neo-schumpeteriana que aponta para uma estreita relação entre o
crescimento econômico e as mudanças que ocorrem com a introdução e disseminação de inovações tecnológicas e organizacionais. Entendemos que os avanços resultantes de processos inovativos são fator básico para na formação dos padrões de transformação da economia, bem como seu desenvolvimento a longo prazo. E deve ser visto como um processo descontinuo e irregular, ou seja, não linear.        
    A definicao mais comum de inovação(Dossi,1988) é a busca, descoberta, experimentação , desenvolvimento , imitação e adoção de novos produtos, processos e novas técnicas organizacionais. Assim, é necessário considerar que uma empresa não inova sozinha, pois as fontes de informações, conhecimentos e inovação podem se localizar tanto dentro, como fora dela. O processo de inovação é, portanto,um processo interativo, realizado com a contribuição de variados agentes econômicos e sociais que possuem diferentes tipos de informações e conhecimentos.
     Por ser um  processo interativo, a inovação  depende das características  de cada agente. Adotando o conceito desenvolvido por Lundvall(1992), onde nos sistemas nacionais de inovação, considera -se que os agentes econômicos e sociais e a relação entre eles é que determina a capacidade de aprendizado de um pais. Os sistemas nacionais, regionais ou locais de inovação podem ser tratados, como uma rede de instituições dos setores público
(instituições de pesquisa e universidades, agências governamentais de fomento e financiamento, empresas públicas e estatais, entre outros) e privado (como empresas, associações empresariais, sindicatos, organizações não-governamentais etc.) cujas atividades e interações geram, adotam, importam, modificam e difundem novas tecnologias, sendo a inovação e o aprendizado seus aspectos cruciais.
     Assim, observam-se novas formas de entender políticas científicas, tecnológicas e industriais como fazendo parte de um mesmo conjunto, que tende a privilegiar o desenvolvimento, disseminação e uso de novos produtos, serviços e processos.  


Incubadoras

Incubadoras de empresas


     As incubadoras de empresas têm se espalhado por todo o mundo, cada vez mais eficazes em sua missão de oferecer suporte às empresas, auxiliando o seu crescimento e desenvolvimento. Além de fortalecer as empresas na fase inicial da criação, também as prepara para competir no mercado de trabalho. No Brasil e em outros países, o índice de falência de empresas que passaram por uma incubação baixou de 70% para 20%. O que demonstra que a incubação está cada vez mais ganhando espaço e reconhecimento ao aumentar as chances de sucesso de muitas empresas, selecionando projetos e empreendedores mais capacitados para desenvolver as atividades necessárias que ampliem o crescimento das empresas. “As incubadoras podem entregar ao mercado, empreendedores com os elementos críticos essenciais para o crescimento de suas empresas na velocidade da ‘Internet’ como é necessário nos dias de hoje. Além disso, as incubadoras permitem acelerar o processo de desenvolvimento empresarial assegurando uma taxa de sucesso de negócios bem acima das taxas comuns de insucessos”, BERMÚDEZ, Luís Afonso.
      Para tanto, podemos focar no trabalho das incubadoras relacionado às instituições de ensino, como universidades, onde as próprias universidades servem como “incubadoras” quase que no sentido literal do termo, fornecendo uma preparação para o futuro e desenvolvimento da empresa naquilo em que esta praticamente não conseguiria fazer sozinha com tanta eficácia. Deste modo, surgem muitas facilidades, comodisponibilizar espaço físico e alojar as empresas e serviços como salas de reunião, informática e etc.; oferecer financiamentos necessários; dar assessoria à gestão técnica e empresarial; dar acompanhamento e auxílio de profissionais capacitados e especializados das universidades.
Segundo a Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologia Avançada), “existem hoje 384 incubadoras em atividade com mais de 6 mil empresas vinculadas”.
     É importante notar que a participação dos governos no incentivo às empresas de base tecnológica tem sido fundamental, assim como no caso dos parques tecnológicos, direcionando os esforços de pesquisa para setores considerados prioritários, como ocorreu nos Estados Unidos (Medeiros et al., 1992), no Japão (Tanabe, 1995), na França, no Canadá, na Alemanha, na Itália, na Inglaterra, mais recentemente em Israel (Khavul et al., 1998) e em países em desenvolvimento como a China e o México (Lalkaka & Bishop, 1996)”,DORNELAS, José.
    Podemos citar, de acordo a BERMÚDEZ: “O Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) é uma unidade da Universidade de Brasília, vinculado ao Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação e à Reitoria, que tem como objetivo promover a interação entre a oferta e a demanda de conhecimentos científicos e tecnológicos, informação e a prestação de serviços especializados para a sociedade em geral”.
    Criado em 1986, O CDT/UnB promove o desenvolvimento tecnológico integrando a Universidade, empresas e sociedade na sua vocação local para fortalecer a região, não só social, mas economicamente. “O impacto de uma incubadora de empresas em uma comunidade é evidente, pois graças às empresas incubadas há geração de empregos, aumento da arrecadação de impostos, aumento da venda dos produtos da região para outras regiões ou países etc. (Duff, 1999). Todavia, deve haver formas quantitativas de se medir o desempenho de uma incubadora para que seu desenvolvimento ocorra de maneira adequada e com finalidades claramente definidas”, DORNELAS.
     Para BERMÚDEZ,“O CDT/UnB pode ser considerado um dos pioneiros no País a implementar este tipo de iniciativa”(regional), já que visa “desenvolver mecanismos de cooperação entre empresas e instituições de P&D”(Pesquisa e Desenvolvimento). E a partir disso, já tem trabalhos divulgados como “pesquisas desenvolvidas nos mais de 60 Institutos, Faculdades e Departamentos da UnB, projetando o nome da Universidade, promovendo as empresas da Incubadora e difundindo os métodos de cooperação adotados entre a Universidade, os setores empresarial e governamental”, o que beneficia a todos os envolvidos neste processo de incubação, além de toda a região onde estes se instalaram.              Assim, vemos que, com as incubadoras, cada vez mais crescerá a inovação tecnológica no país, e com resultados iniciais tão representativos, o investimento nesse tipo de trabalho só tem a beneficiar o Brasil e todos os outros países que investirem nesse desenvolvimento.


Bibliografia:

*http://www.marcionami.adm.br/pdf/empreendedorismo_governamental_2010/parcerias_estrategicas_08.pdf#page=31;
* http://www.josedornelas.com.br/wp-content/uploads/2010/01/planejando_incubadoras.pdf;
* http://www.brasil.gov.br/empreendedor/primeiros-passos.